domingo, 23 de maio de 2010

Peugeot 207 1.4 HDI (70cv) SE 200 anos

Os Peugeot são carros pelos quais nutro especial simpatia. Em primeiro lugar porque são irmãos quase gémeos da Citroen, sendo que tive um Citroen Saxo durante alguns anos e que me agradou de sobremaneira. E depois porque a minha vida profissional começou na Peugeot Portugal. São os únicos motivos? Não. Os carros também são bastante bons.

Edição Especial 200 anos

A Peugeot pegou no seu bem sucedido 207 e acrescentou-lhe alguma equipamento sem que tal signifique aumento de preço, pelo menos significativo. Detalhes como jantes de liga leve, ar condicionado, meia duzia de frisos cromados no exterior, rádio com bluetooth, computador de bordo e outros detalhes passam a ser de série no carro. O valor acumulado deste equipamento não ultrapassa os 1000€, se comparado com a versão base do 207.

Exterior

Como referi acima, o 207 nesta edição especial de 200 anos tem alguns detalhes exteriores distintivos. São essencialmente as jantes em liga leve (não são novidade mas agora são de série) e os frisos cromados. O carro fica com um aspecto mais elegante e composto. Não deixa de ser também verdade que face à concorrência, a estética está um pouco desactualizada e talvez mereça que sejam revistos alguns detalhes. Principalmente para o diferenciar do 206+.
O bater de portas, principalmente atrás, é assustador pela fragilidade que demonstra.

Interior

O interior continua a ser espaçoso para o que se faz por aí e com um aspecto bastante decente e cuidado, sendo a montagem e qualidade de materiais ao nível do que se espera de um carro destes.
A bagageira tem um tamanho razoável para viagens de 2 pessoas e de duração curta, com acesso fácil, apesar de a diferença de altura entre o piso da bagageira e o pára choques poder dificultar a colocação de objectos mais volumosos ou pesados.De realçar o acesso ao pneu suplente (de dimensões "normais") feito pelo interior da bagageira. Muitos franceses possibilitam apenas o acesso por baixo da traseira, sendo mais sujo para quem muda o pneu, mais perigoso (conheço diversos casos de pneus que cairam a meio de uma viagem) e para soltar o pneu é necessário ter acesso pela bagageira na mesma, o que nem sempre é sinal de podermos deixar ficar a carga onde está.

Motorização

O motor 1.4HDI com apenas 70cv começa a acusar o peso dos anos. Se houve tempos em que era um mimo ter um carro com um motor destes, hoje em dia já merece ser revisto. O tempo dos motores atmosféricos e cilindradas mais elevadas já passou e o brilhantismo deste bloco fica assim comprometido uma vez que era aí que tinha argumentos mais fortes.

Condução

Apesar da insistência do vendedor Peugeot que seguia a meu lado, de que o carro era bastante silencioso, este bloco mostra ser exactamente o contrário. Entre o barulho de motor e falta de insonorização, o barulho que se ouve no habitáculo poderá ser incómodo em utilização mais prolongada ou em percursos como auto estrada em que o barulho será mais constante. Para a utilização citadina que experimentei não será dissuador da compra. Fica registada a possibilidade de haver algo de errado com a unidade ensaiada, que pareceu mais barulhenta do que o habitual.
O andamento é honesto para quem espera um meio de transporte económico e ágil.
Do ponto de vista dinâmico, o 207 está no nível que tornou os carros franceses famosos: bastante confortáveis e a curvar com eficácia sempre que solicitado. Não é um desportivo mas pode morder os calcanhares a um, haja habituação e espirito aventureiro. Mesmo com um motor apático, em curva consegue satisfazer uma vez que
a caixa de velocidades de 5 velocidades está bem escalonada e o manuseamento é extremamente agradável. Não peçam milagres em recta.

O carro custa cerca de 15000€, contando com os descontos em vigor em campanhas e demais. Sem os descontos custa o mesmo que um carro com outro tipo de argumentos. Com os descontos pode ser uma boa alternativa para quem tem orçamento mais limitado.
O valor de retoma de um 207 será sempre o esperado para um Peugeot com boa aceitação no mercado, uma vez que é sem dúvida esse o caso e isto também deve ser tomado em conta.

terça-feira, 18 de maio de 2010

VW Golf Variant 1.6 TDI (105 cv) - DSG

Confesso que não é um carro que me deixe particularmente entusiasmado. É um sentimento que acaba por ser comum a todos os VW, excepto o Touareg. Temi em certa altura que este sentimento pudesse de alguma forma influenciar a minha avaliação do carro, mas julgo que me consegui ultrapassar o preconceito.

Estética

A estética é um dos pontos mais sensíveis no Golf, em especial na versão Variant. A traseira pode apaixonar alguns mas a maioria irá certamente sentir que falta alguma coisa. Analisando o exterior da concorrência directa, praticamente todos apresentam estéticas arrojadas e actualizadas, ao contrário do Golf.
Apesar de tudo, tem um aspecto sóbrio e agradável e dificilmente o conjunto fará alguém desistir da compra por ser desagradável.

Interior

O interior apresenta um tablier monopeça, indicio de que irá envelhecer de forma digna, sem ruídos parasitas prematuros. Tem uma certa envolvência não sendo no entanto claustrofóbico e permitir um nível de conforto bastante aceitável. A insonorização está num nível bastante elevado, elevando o conforto a bordo. Os bancos sendo confortáveis em qualquer versão acabam por ter um conforto adicional acima da versão Trendline por terem um apoio mais pronunciado e logo maior envolvência.
O espaço não impressiona embora seja bastante bom para a classe.

Equipamento

Desde a versão mais baixa o Golf apresenta um nível de equipamento bastante completo, incluindo de série em todas as versões alguns detalhes como os sensores de estacionamento à frente e atrás e ESP, sendo nalguns modelos da concorrência ainda opcionais.
Para a versão Confortline é necessário dispender mais 1000€, recebendo em troca o ar condicionado automático em vez de manual, jantes especificas, cruise control, acendimento de faróis automáticos, faróis de nevoeiro à frente e barras de tejadilho cromadas.

Condução

A versão experimentada vinha com o nível de equipamento Confortline, motor 1.6 TDI de 105cv e caixa automática DSG. A expectativa é grande por diversos motivos.
A caixa de velocidades DSG mostra que as caixas automáticas são cada vez mais uma hipótese a considerar. De resposta rápida, excepto quando faz reduções mais "racing", mantém o motor num regime adequado e beneficia a utilização do binário disponível. Existe um modo Sport e um modo sequêncial cuja utilização também se revela numa mais valia, cada uma na sua área.
O motor 1.6TDI é silencioso, em parte em virtude da boa insonorização e não transmite grandes vibrações para o habitáculo. Revela alguma dificuldade para mover a carroçaria do Golf, isto com apenas dois ocupantes.
A direcção, com volante de toque agradável, transmite correctamente as sensações da condução e o conjunto revela robustez e rigidez ao curvar. Não sendo esta a versão mais desportiva, o comportamento é bastante saudável não pondo em causa o conforto.
Ao estacionar, os sensores de estacionamento acompanham com uma imagem que reflecte a distância ao obstáculo. O angulo de viragem das rodas, não sendo exagerado, permite que facilmente se coloque o veiculo em espaços mais reduzidos.

Valor

Sem perder a cabeça com opcionais (e não são muitos) o Golf Variant 1.6TDI Confortline, de caixa manual, custa cerca de 28500€. Um valor justo para o carro que se pode levar mas acima do que a concorrência pede por carros com argumentos por vezes idênticos.

domingo, 16 de maio de 2010

Mercedes W212 250CDI Auto

Este será porventura o primeiro Classe E que do ponto de vista estético surge com um timming correcto. Não que as anteriores gerações fossem feias ou desagradáveis. Mas na altura em surgiram, os principais concorrentes (leia-se BMW e AUDI) tinham sempre uma estética mais apurada. Lógico que esta minha apreciação poderá ser rebatida por qualquer pessoa que considere um dos carros da concorrência mais agradável do ponto de vista estético. No entanto, todos temos de concordar que a Mercedes alterou de forma significativa a imagem desta gama numa altura em que a concorrência apresenta mais do mesmo, com alguma alterações.

Equipamento

Quem compra um automóvel deste segmento está certamente interessado em ter um veiculo com um nível de equipamento no minimo muito bom. Claro que deve sempre haver uma lista de equipamentos opcionais para quem deseje ainda mais exclusividade, mas nunca deixando o cliente "base" com um carro despido.
O equipamento está ao nível do que seria de esperar para esta gama, havendo alguns detalhes distintivos entre níveis de equipamento tanto a nível de interior como de exterior. As diferenças de interior são mais notórias no aspecto da decoração, sendo o exterior marcado pelos cromados e luzes de circulações diurna a partir da versão Classic. Este último promenor poderá não agradar a alguns utilizadores, nos quais me incluo, mas certamente irá agradar ao elevado número de condutores portugueses que insistem em circular com faróis de nevoeiro ligados durante o dia. Agora passa a ser legal.
Um detalhe curioso é uma chávena de café que aparece no painel de instrumentos sempre que o tipo de condução se comece a desviar do normal, avisando o condutor que deve fazer uma pausa.

Interior

A Mercedes não deixa os seus créditos por mãos alheias e o interior, em qualquer das versões, é extremamente envolvente, de qualidade de constução superior, bem isolado e com todos os comandos colocados de forma a facilitar a vida do utilizador.
Tanto à frente como atrás o espaço é abundante.
O condutor consegue facilmente encontrar a posição de condução adequada uma vez que as afinações assumidas são quase infinitas.

Condução

A unidade ensaiada possuia a motorização 250CDI de 203cv, caixa automática e versão Avantgard.
Desta vez a Mercedes mostra que as caixas automáticas com grande delay na resposta fazem parte da história. A resposta em modo totalmente automático é rápida e a gestão que é feita da mudança em que circulamos é adequada. O modo Sport dá um vigor especial para os condutores que estejam mais atrasados para chegar a algum local a horas.
O motor responde sempre com bastante boa vontade, chegando em algumas situações a fazer esquecer que estamos num automóvel familiar. A direcção, com tacto bastante correcto também dá uma ajuda neste tipo de sentimento.
Em curva apresenta um comportamento saudável, não sendo notório o peso da carroçaria e mostrando que o chassis tem uma rigidez digna de respeito. As diversas ajudas electrónicas também se encarregam se tornar o carro mais dócil e acessível.
Se perante isto se espera que o conforto saia prejudicado... falso. O Classe E tem duas facetas e mostra-as sem pudor. Não se abusa dele e temos um veiculo capaz de transportar Chefes de Estado.

Valor

O valor para o veiculo ensaiado era de 69000€, mais uns pózinhos. Pode ser um valor que não está ao alcance de qualquer carteira mas não é de forma alguma exagerado para o carro em questão.