segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Renault Clio 1.5dCi Van 65 cv 2002

É capaz de ser um dos carros que mais se vê nas estradas portuguesas. Ando com um carro deste há um mês e por vezes dou por mim a contar 5 e 6 carros destes seguidos, parados num semáforo. Porquê?

Motor

O pequeno motor de 1,5 litros e 65 cavalos demonstra uma vontade fora do comum para andar, tendo em conta que a potência não é nada de especial. É extremamente linear e tem um binário suficiente para rolar sem grandes problemas a baixas rotações (1400 rpm) e a partir daí começar a desenvolver.
Em auto estrada tem por vezes alguma falta de fôlego, principalmente a velocidades mais elevadas e em subida. De resto, tem mais alma que alguns motores com cilindrada aproximada e quase o dobro da potência.
O consumo, é como em todos os carros. Se andarmos devagar gasta pouco. Se andarmos depressa, gasta muito. Ou seja, em percursos citadinos e a cumprir com as normas de conduções económica, gasta cerca de 4,2l/100km. No entanto, quando faz as ligações semanais Lisboa-Porto, passa alegremente para 8,5l/100km.


Comportamento

E é exactamente nessas ligações que se entende o porquê de o carro ter conquistado tantos fãs (ou utilizadores). A unidade com que ando conta neste momento com 270000km. Como não podia deixar de ser, a manutenção tem sido limitada a mudanças de óleo (quando digo óleo é apenas óleo... filtro não incluído)e ar nos pneus.
Seria de esperar que um carro destes e nestas condições já tivesse a segurança comprometida. Falso. O carro faz o percurso sem grandes sobressaltos, estável e sem fadiga na travagem. Como carro comercial que é tem a traseira mais leve que o habitual. Não quero dizer que foge de traseira mas sim que tem que se saber conduzir com uma traseira mais leve. A tendência no limite é sobreviradora mas facilmente controlável.
O ABS seria bem vindo uma vez que os pneus de 3 euros que estão montados têm alguma tendência para nas travagens em molhado se imobilizarem antes do carro.

Equipamento

Fecho centralizado com controlo remoto, direcção assistida,vidros electricos, rádio de cassetes (deu para recuperar alguns exitos de Heroes del Silencio)e alarme. De resto, só o obrigatório para circular na estrada.

Interior

O interior é confortável e bem insonorizado. Em velocidades mais elevadas e por periodos mais longos, o motor gosta de marcar presença e torna-se cansativo.

Conclusão

Um carro de combate. Barato de sustentar e que tem algumas ambições pouco próprias para algo do seu tamanho e com as suas origens.

sábado, 27 de novembro de 2010

Audi A4 1.6 (1ª geração)

Este foi porventura o Audi que tornou os Audis aquilo que conhecemos hoje em Portugal. Corrrijam-me se estiver errado mas até aqui Audis era uma coisa estranha aos portugueses.
Este carro foi-me cedido durante uma semana. A expectativa não era a mais alta. O carro é de 1996, com 250000 km e alguém achou que por ser um Audi não necessitava de manutenções. Acrescendo o facto de ser o 1.6 8 de 8 válvulas a gasolina, temos tudo para ter um carro pouco interessante. Ou talvez não.

Motor

A ideia pré concebida que tinha do motor 1.6 afinal não era a mais correcta. Começamos pelo barulho. O 1.6 parece um Homem em quase todas as rotações. Pelo menos quando comparado, por exemplo, com motores franceses. A disponibilidade do motor também não é nada má. Não é um motor entusiasmante mas também não é uma desilusão completa. Desenvolve de uma forma linear e ainda hoje consegue andar de uma forma desenvolta. Faz lembrar um pouco um carocha. Faz um barulho engraçado, anda pouco mas tem muito boa vontade.
Quando falamos de consumos é que a história pode ser um pouco menos agradável. Em auto estrada, cumprindo os limites de velocidade ou ultrapassando no máximo em 10km/h, conseguimos uma média de 7,8 litros/100km. Se andarmos mais à vontade, em cidade ou auto estrada sem olhar a limites de velocidade, então temos uns desagradáveis 2 digitos a aparecer na média. No entanto, para a cilindrada, tipo de motor, carro, idade, etc, não está nada mau.

Estética

Apesar dos 14 anos que o carro leva, a estética ainda não é de carro velho. Ajuda-o o facto de este modelo se ter vendido durante muitos anos e de a Audi não ter quebras muito acentuadas entre gerações. De qualquer forma, podemos andar com um carro a caminhar para pré clássico sem grandes complexos de termos um carro velho.

Equipamento

Direcção assistida, jantes em liga leve, ar condicionado, vidros electricos, auto rádio, ABS, fecho centralizado e mais um ou dois detalhes. Hoje em dia será o equipamento básico para qualquer carro de entrada de gama mas há 14 anos não eram todos que traziam este nível de equipamento. Não existe nenhuma falha gritante e para os parâmetros actuais não compromete.

Comportamento
Num carro que já passou os 250000km, nunca levou amortecedores, os pneus estão a chegar ao limite de desgaste e já teve alguns acidentes dignos de referência, mais uma vez a expectativa não é muito elevada.
O comportamento deste carro está ao nível do que se espera num Audi desta época. Um carro seguro, que permite rodar rápido e sem sobressaltos, um comportamento a roçar o neutro com uma ligeira tendência para alargar as trajectórias. Ou seja um comportamento saudável para este segmento.
No entanto, extremamente aborrecido. É um carro para se andar certinho e ponto final.

Interior

Confortável, com uma insonorização razoável. Este interior em particular estava muito mal conservado, queimado, plásticos partidos, etc. O tipico num carro sem dono. No entanto, de ressalvar que para a idade e maltrato interior, ainda permite rodar com grande conforto.

Valor

A avaliação que foi feita para este carro pela Lexus foi de 1250€. Se tivermos em conta que pode custar o dobro, temos aqui um carro que pode ser uma alternativa para bolsas que passem por fazes menos boas ou para quem o carro é um médio de transporte mas que gosta de manter um certo status e nível de "qualidade". O valor pedido por um TDI desta idade será certamente menos interessantee tornando este carro uma óptima opção.