segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Renault Clio 1.5dCi Van 65 cv 2002

É capaz de ser um dos carros que mais se vê nas estradas portuguesas. Ando com um carro deste há um mês e por vezes dou por mim a contar 5 e 6 carros destes seguidos, parados num semáforo. Porquê?

Motor

O pequeno motor de 1,5 litros e 65 cavalos demonstra uma vontade fora do comum para andar, tendo em conta que a potência não é nada de especial. É extremamente linear e tem um binário suficiente para rolar sem grandes problemas a baixas rotações (1400 rpm) e a partir daí começar a desenvolver.
Em auto estrada tem por vezes alguma falta de fôlego, principalmente a velocidades mais elevadas e em subida. De resto, tem mais alma que alguns motores com cilindrada aproximada e quase o dobro da potência.
O consumo, é como em todos os carros. Se andarmos devagar gasta pouco. Se andarmos depressa, gasta muito. Ou seja, em percursos citadinos e a cumprir com as normas de conduções económica, gasta cerca de 4,2l/100km. No entanto, quando faz as ligações semanais Lisboa-Porto, passa alegremente para 8,5l/100km.


Comportamento

E é exactamente nessas ligações que se entende o porquê de o carro ter conquistado tantos fãs (ou utilizadores). A unidade com que ando conta neste momento com 270000km. Como não podia deixar de ser, a manutenção tem sido limitada a mudanças de óleo (quando digo óleo é apenas óleo... filtro não incluído)e ar nos pneus.
Seria de esperar que um carro destes e nestas condições já tivesse a segurança comprometida. Falso. O carro faz o percurso sem grandes sobressaltos, estável e sem fadiga na travagem. Como carro comercial que é tem a traseira mais leve que o habitual. Não quero dizer que foge de traseira mas sim que tem que se saber conduzir com uma traseira mais leve. A tendência no limite é sobreviradora mas facilmente controlável.
O ABS seria bem vindo uma vez que os pneus de 3 euros que estão montados têm alguma tendência para nas travagens em molhado se imobilizarem antes do carro.

Equipamento

Fecho centralizado com controlo remoto, direcção assistida,vidros electricos, rádio de cassetes (deu para recuperar alguns exitos de Heroes del Silencio)e alarme. De resto, só o obrigatório para circular na estrada.

Interior

O interior é confortável e bem insonorizado. Em velocidades mais elevadas e por periodos mais longos, o motor gosta de marcar presença e torna-se cansativo.

Conclusão

Um carro de combate. Barato de sustentar e que tem algumas ambições pouco próprias para algo do seu tamanho e com as suas origens.

sábado, 27 de novembro de 2010

Audi A4 1.6 (1ª geração)

Este foi porventura o Audi que tornou os Audis aquilo que conhecemos hoje em Portugal. Corrrijam-me se estiver errado mas até aqui Audis era uma coisa estranha aos portugueses.
Este carro foi-me cedido durante uma semana. A expectativa não era a mais alta. O carro é de 1996, com 250000 km e alguém achou que por ser um Audi não necessitava de manutenções. Acrescendo o facto de ser o 1.6 8 de 8 válvulas a gasolina, temos tudo para ter um carro pouco interessante. Ou talvez não.

Motor

A ideia pré concebida que tinha do motor 1.6 afinal não era a mais correcta. Começamos pelo barulho. O 1.6 parece um Homem em quase todas as rotações. Pelo menos quando comparado, por exemplo, com motores franceses. A disponibilidade do motor também não é nada má. Não é um motor entusiasmante mas também não é uma desilusão completa. Desenvolve de uma forma linear e ainda hoje consegue andar de uma forma desenvolta. Faz lembrar um pouco um carocha. Faz um barulho engraçado, anda pouco mas tem muito boa vontade.
Quando falamos de consumos é que a história pode ser um pouco menos agradável. Em auto estrada, cumprindo os limites de velocidade ou ultrapassando no máximo em 10km/h, conseguimos uma média de 7,8 litros/100km. Se andarmos mais à vontade, em cidade ou auto estrada sem olhar a limites de velocidade, então temos uns desagradáveis 2 digitos a aparecer na média. No entanto, para a cilindrada, tipo de motor, carro, idade, etc, não está nada mau.

Estética

Apesar dos 14 anos que o carro leva, a estética ainda não é de carro velho. Ajuda-o o facto de este modelo se ter vendido durante muitos anos e de a Audi não ter quebras muito acentuadas entre gerações. De qualquer forma, podemos andar com um carro a caminhar para pré clássico sem grandes complexos de termos um carro velho.

Equipamento

Direcção assistida, jantes em liga leve, ar condicionado, vidros electricos, auto rádio, ABS, fecho centralizado e mais um ou dois detalhes. Hoje em dia será o equipamento básico para qualquer carro de entrada de gama mas há 14 anos não eram todos que traziam este nível de equipamento. Não existe nenhuma falha gritante e para os parâmetros actuais não compromete.

Comportamento
Num carro que já passou os 250000km, nunca levou amortecedores, os pneus estão a chegar ao limite de desgaste e já teve alguns acidentes dignos de referência, mais uma vez a expectativa não é muito elevada.
O comportamento deste carro está ao nível do que se espera num Audi desta época. Um carro seguro, que permite rodar rápido e sem sobressaltos, um comportamento a roçar o neutro com uma ligeira tendência para alargar as trajectórias. Ou seja um comportamento saudável para este segmento.
No entanto, extremamente aborrecido. É um carro para se andar certinho e ponto final.

Interior

Confortável, com uma insonorização razoável. Este interior em particular estava muito mal conservado, queimado, plásticos partidos, etc. O tipico num carro sem dono. No entanto, de ressalvar que para a idade e maltrato interior, ainda permite rodar com grande conforto.

Valor

A avaliação que foi feita para este carro pela Lexus foi de 1250€. Se tivermos em conta que pode custar o dobro, temos aqui um carro que pode ser uma alternativa para bolsas que passem por fazes menos boas ou para quem o carro é um médio de transporte mas que gosta de manter um certo status e nível de "qualidade". O valor pedido por um TDI desta idade será certamente menos interessantee tornando este carro uma óptima opção.

domingo, 12 de setembro de 2010

Fiat Bravo 1.6 Multijet 105cv

Com uma concorrência bastante agressiva e uma imagem ainda fraca no mercado, nomeadamente no Português, o Fiat Bravo revela ser um carro muito válido... para alguns.
Este carro veio-me ter às mãos porque a C Máx cansou-se e ao passar a portagem da Ponte Vasco da Gama resolveu que queria ir às cavalitas do reboque.
O carro disponibilizado era um carro de aluguer e a utilização foi de tempo reduzido e com limitações.
Ao levantar o carro, e apenas após ter percorrido alguns km´s, detectei que o pára choques da frente estava partido e roçava na roda do lado esquerdo. Liguei para a companhia de aluguer que me disse que só podiam trocar o carro no dia seguinte. Como no dia seguinte iria para o Porto, disse que arriscava fazer a viagem pois apenas em solicitações mais duras é que se dava pelo problema. Segui então viagem calmamente em direcção ao Porto.

Motor

O motor 1.6 Multijet é uma surpresa bastante agradável. Nos primeiros km´s esperava que fosse algo um pouco melhor que um 1.3 Multijet mas nada de especial. Mas com o passar do tempo chegamos à conclusão de que a sua alma está lá, desde regimes baixos e acompanhar até ao fim de regime de motor. E o que tem para dar não desilude. Mostrou ser superior aos motores da PSA/FORD em todos os campos. Quando carregamos ele anda. Pode ser devagar, mas anda. Com os outros nem sempre é assim.
Os consumos por outro lado são também uma surpresa agradável. A uma velocidade dentro do limite legal + tolerância, ar condicionado ligado, subidas à mistura e ultrapassagens o consumo rondou os 5,5 litros/100km. A minha experiência com motores desta capacidade e tipo de performance dá médias cerca de 1,5 litros acima para condições idênticas.

Condução

Tipica de um carro italiano, não prima pelo conforto embora não o despreze. Competente em curva, o limite atinge-se com alguma facilidade. A partir daí, ou o ESP sai fora de jogo e temos carro para brincar dentro das limitações que tem ou nada feito. O teste neste caso não foi muito aprofundado porque o pára choques a roçar na roda não o permitiu.
A travagem mostrou ser bastante potente embora neste carro houvesse uma tendência para sofrer fadiga e notava-se um empeno generoso dos discos.

Interior

Agradável mas dificilmente faz frente à concorrência. Há quem procure um carro com comodidade e pequenos luxos, há quem procure um carro espartano e mais "puro" e desportivo. E quem é que quer um Bravo?
A primeira ideia que ficou a sentar-me no lugar do condutor é de que a posição de condução se encontra com facilidade mas o banco está torto... virado para a esquerda. Mais uma vez pode ter sido problema desta unidade de aluguer que já tinha sofrido alguns maus tratos.

Conclusão

A nível de motor mostrou ser a melhor opção em comparação com a concorrência. Melhor e mais económico. A condução não pode ser testada de forma correcta/completa.
Agora... quem é que quer um carro destes, igual a um Punto mas em ponto maior? Há opções dentro do grupo Fiat a ter em conta, e em que o carácter está definido: Alfa Romeu e Lancia. O Bravo dá ideia de ser um carro de quem não sabe bem o que quer e acaba por não ter nada.

Ford Fusion 1.25+ (75cv)

Como é que começa a minha aventura com um Fusion? Há pouco tempo eu era da opinião de que nunca teria um Ford, pelo menos dos Ford´s normais que andam aí pela estrada. Poderia ter uma daquelas versões mais apimentadas mas as normais era para esquecer. E de repente, dei por mim a ter uma Ford C Máx para usar diáriamente. E como é que isto explica então um Ford Fusion? Simples. Como senhora que é, a minha esposa gosta do carro porque tem, entre outros atributos, aspecto de jipezinho. Do lado dela a compra estava feita. Do meu lado deixei de me opôr depois de ter tido uma boa experiência com a C Máx.

Motor

O motor 1.25 de 75cv já foi considerado como um motor bastante nervoso e que fazia os Fiestas "voar" baixinho. Para os parametros de hoje é um motor que permite rodar a uma velocidade simpática e legal com um consumo não muito disparatado (faz médias de 6,5 litros/100km). Nos primeiros km´s notou-se o motor bastante preso e ainda hoje se nota uma certa dificuldade em dar conta do compressor do ar condicionado. Á parte disso, se soubermos o que podemos esperar de um motor com 1,25l de capacidade e 75 cv, não há nada a apontar de positivo nem de negativo.

Equipamento

A versão de que falo é a +. Exteriormente distingue-se da versão normal por ter o contorno das cavas das rodas com uma protecção em plástico, da côr do pára choques, que dá uma ideia de robustez. Tem também os vidros traseiros escurecidos, o que me manifesto sempre contra mas que por acaso até fica bem.
De série vem equipado com ar condicionado manual, ABS, rádio com leitor de CD´s e mais algumas coisas curriqueiras. O acendimento de luzes automático, limpa pára brisas automático, ar condicionado automático, airbags laterais e cinzeiro são opcionais. Nem com pedido especial se conseguiu que o carro viesse equipado com ESP e os vidros traseiros são sempre manuais.

Condução

Apesar de o motor não permitir grandes aventuras, o chassis é competente qb. Não se pode esperar que um Ford Fusion curve como um Porsche mas acabamos por sair de curvas mais apertadas com um sorriso e a dizer que o carro até tem algum potêncial. Houvesse vontade de o tornar em algo mais irrequieto. Revela uma boa dose de segurança e apenas quando travamos em curva damos por alguma vontade do eixo traseiro querer mostrar que está lá, embora sempre de forma controlada.

Problemas

Como é hábito no Após Venda do mercado automóvel, o carro tem um problema para o qual não apresentam solução. Não entrando em grandes detalhes, a óptica traseira direita deixa entrar água. Foi substituida, mantendo-se o problema. A Ford Portugal está informada e ainda não foi capaz de dar conta do recado. Vamos ver...

Conclusão

O carro tem um valor justo. Deve-se no entanto estar bem ciente do que se pretende ao comprar o carro pois se para alguns, nos quais me enquadro, o carro é bastante bom e cumpre as expectativas, para outros poderá ser uma desilusão.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Comparativo de pneus 205/55/R16V

Normalmente temos uma ideia que a partir de uma determinada gama todos os pneus serão no mínimo razoáveis. Isto levou a que, quando a minha CMáx necessitou de levar os 4 pneus novos, pedi simplesmente que os mudassem sem grande preocupação com o que iriam lá colocar. Não estava a prever ir a nenhum GP com o carro por isso qualquer coisa em condições serveria.
Os Michelin Energy estavam para lá das marcas de segurança e como tal já não tinham grandes condições para circular. A gestora de frotas decidiu que eu ficaria bem servido com uns Mabor Sport Jet.

Em termos de aspecto, se é que alguém liga a isso, não são maus de todo. Pelo menos não tem um piso que nos faça rir só de olhar. Mas como não é a estética que nos agarra à estrada... toca a rodar a chave e experimentar os sapatos novos.
O carro fez cerca de 50km antes de me ser entregue pelo que não tive grande preocupação em começar a usar o piso. Deveria já ter sido suficiente. Portanto, vamos em direcção a uma rotunda, antes da entrada travamos ligeiramente para acautelar uma entrada segura para todos os condutores e surpresa... na entrada da rotunda há uma bandas sonoras que, quando o pneu entra em contacto com este piso faz entrar o ABS!!!! Como pode ser do piso ainda ser muito novo, sigo com cuidado para que o pneu aqueça, a borracha esteja no seu melhor... (aquelas coisas que todos fazemos aos nossos Fórmula 1). Uma curva com piso escorregadio, que aperta a meio e onde costuma haver alguma confusão, tirou as dúvidas. Os Michelin completamente carecas, com os arames de fora, faziam essa curva sem fugir e em segurança (esquecendo o desgaste excessivo) a cerca de 70km/h. Estes novos fizeram a 60km/h, a fugir às 4 rodas até que o ESP resolveu que era altura de meter ordem na casa.
De qualquer forma cada pneu custa 65€ + IVA...

domingo, 1 de agosto de 2010

Ford CMáx 1.6 TDCI Titanium 109cv

Antes de mais tenho de confessar que é o meu carro dos últimos 2 anos. Carro de serviço numa empresa em que, para o plafond definido, todos escolhem o Ford Focus SW cinzento. Querendo quebrar um pouco as regras, dentro do pouco espaço que nos dão para tal, a CMáx tornou-se a melhor opção.

Deixando de parte a critica ao cinzentismo existente na escolha de carros, a CMáx ganhou pontos por ser um monovolume com caracteristicas diferentes das associadas aos monovolumes.

Estética

A actual geração (2ª) da CMáx tem um estilo agradável, com detalhes desportivos mas não perdendo o ar familiar. Consegue agradar a maioria, não sendo apaixonante. No entanto é um carro que poucos poderão dizer que não gostam. De uma forma geral, a opinião é consensual.

Equipamento

A versão Titanium vem extremamente bem equipada, não faltando nenhum dos equipamentos presentes nos carros desta gama, sendo nalguns casos opcionais na concorrência. Nas versões de equipamento mais baixas, pode-se perder os sensores de estacionamento frente/trás, cruise control e pouco mais. Os nível de equipamento continua a ser muito bom, com destaque no que concerne à segurança.
Uma das surpresas, que não existe no Focus "normal" é a possibilidade de ajustar a dureza da direcção em três níveis: normal , conforto e sport. Este detalhe demonstra que houve alguma tendência para contrariar as caracteristicas habituais de um monovolume.

Interior

O interior da segunda geração da CMáx ganhou uma envolvência maior que a geração anterior. Bem construído e estéticamente agradável, com os 90000km actuais não apresenta barulhos parasitas. Tem diversos espaços para arrumação, os comandos estão bem colocados e viagens mais longas cumprem-se com um conforto acima da média. A insonorização exemplar permite fazer viagens a velocidades mais elevadas sem que os restantes passageiros dêem por isso.
Posição de condução correcta e fácil de conseguir.

Motor

O motor 1.6 TDCI, de origem PSA desilude tanto em prestações como em consumo. Se de facto consegue fazer a CMáx chegar ao ponto de mudar o 3º digito do velocimetro para "2", seria de esperar mais de um motor com 109 cv e 260Nm de binário (com overboost). Não são poucas as vezes em que se tem de recorrer à caixa de velocidades para acompanhar outros carros com valores de potência e binário semelhantes. E o problema está exactamente na caixa de velocidades. A opção por uma caixa de 6 velocidades, com escalonamento mais curto faria milagres neste motor.
Quanto a consumos, andando devagar, muito devagar, consegue-se valores na casa dos 5 e muito, valor sem dúvida elevado para o esperado.

Comportamento

O comportamento é um dos pontos fortes deste carro. Um monovolume que consegue curvar sobre carris quando temos Audis a morder a traseira e a começar a perder o controlo é algo pouco habitual. Agarra-se à estrada como poucos. E quando queremos mostrar as portas laterais ao carro que segue atrás de nós, também o faz, embora aqui se sinta que o carro não foi feito para isto, notando-se o peso e a suspensão pouco dada a derivas de traseira. Mas, cada macaco no seu galho. Se querem fazer este tipo de acrobacias comprem um carro que tenha caracteristicas para o fazer.
A travagem não é má mas fica muito aquém dos carros mais recentes que se podem considerar bons. Sofre alguma fadiga quando se abusa e tem tendência para empenar discos quando se pede mais do que está previsto dar.

Fiabilidade

Ao longo de 2 anos e 90.000 km, registam-se 2 situações. A primeira, que ocorreu por 4 vezes desde o inicio sem que a oficina tenha dado por ela (até porque é passageira) é um mau contacto nos botões do Cruise Control que baralha o fecho centralizado e as luzes.

A segunda, foi um silencio absoluto aos 90.000km, que acabou com o carro em cima de um reboque às 11 da noite.

Conclusão

Alternativa bastante válida para quem tem um orçamento limitado, não pertende um carro de corrida, gosta de viajar confortável e necessita de algum espaço. Pelo valor que pedem por uma CMáx não se arranja nenhum carro que consiga ter os atributos que esta apresenta e reunindo vantagens e desvantagens num pacote tão equilibrado.

domingo, 23 de maio de 2010

Peugeot 207 1.4 HDI (70cv) SE 200 anos

Os Peugeot são carros pelos quais nutro especial simpatia. Em primeiro lugar porque são irmãos quase gémeos da Citroen, sendo que tive um Citroen Saxo durante alguns anos e que me agradou de sobremaneira. E depois porque a minha vida profissional começou na Peugeot Portugal. São os únicos motivos? Não. Os carros também são bastante bons.

Edição Especial 200 anos

A Peugeot pegou no seu bem sucedido 207 e acrescentou-lhe alguma equipamento sem que tal signifique aumento de preço, pelo menos significativo. Detalhes como jantes de liga leve, ar condicionado, meia duzia de frisos cromados no exterior, rádio com bluetooth, computador de bordo e outros detalhes passam a ser de série no carro. O valor acumulado deste equipamento não ultrapassa os 1000€, se comparado com a versão base do 207.

Exterior

Como referi acima, o 207 nesta edição especial de 200 anos tem alguns detalhes exteriores distintivos. São essencialmente as jantes em liga leve (não são novidade mas agora são de série) e os frisos cromados. O carro fica com um aspecto mais elegante e composto. Não deixa de ser também verdade que face à concorrência, a estética está um pouco desactualizada e talvez mereça que sejam revistos alguns detalhes. Principalmente para o diferenciar do 206+.
O bater de portas, principalmente atrás, é assustador pela fragilidade que demonstra.

Interior

O interior continua a ser espaçoso para o que se faz por aí e com um aspecto bastante decente e cuidado, sendo a montagem e qualidade de materiais ao nível do que se espera de um carro destes.
A bagageira tem um tamanho razoável para viagens de 2 pessoas e de duração curta, com acesso fácil, apesar de a diferença de altura entre o piso da bagageira e o pára choques poder dificultar a colocação de objectos mais volumosos ou pesados.De realçar o acesso ao pneu suplente (de dimensões "normais") feito pelo interior da bagageira. Muitos franceses possibilitam apenas o acesso por baixo da traseira, sendo mais sujo para quem muda o pneu, mais perigoso (conheço diversos casos de pneus que cairam a meio de uma viagem) e para soltar o pneu é necessário ter acesso pela bagageira na mesma, o que nem sempre é sinal de podermos deixar ficar a carga onde está.

Motorização

O motor 1.4HDI com apenas 70cv começa a acusar o peso dos anos. Se houve tempos em que era um mimo ter um carro com um motor destes, hoje em dia já merece ser revisto. O tempo dos motores atmosféricos e cilindradas mais elevadas já passou e o brilhantismo deste bloco fica assim comprometido uma vez que era aí que tinha argumentos mais fortes.

Condução

Apesar da insistência do vendedor Peugeot que seguia a meu lado, de que o carro era bastante silencioso, este bloco mostra ser exactamente o contrário. Entre o barulho de motor e falta de insonorização, o barulho que se ouve no habitáculo poderá ser incómodo em utilização mais prolongada ou em percursos como auto estrada em que o barulho será mais constante. Para a utilização citadina que experimentei não será dissuador da compra. Fica registada a possibilidade de haver algo de errado com a unidade ensaiada, que pareceu mais barulhenta do que o habitual.
O andamento é honesto para quem espera um meio de transporte económico e ágil.
Do ponto de vista dinâmico, o 207 está no nível que tornou os carros franceses famosos: bastante confortáveis e a curvar com eficácia sempre que solicitado. Não é um desportivo mas pode morder os calcanhares a um, haja habituação e espirito aventureiro. Mesmo com um motor apático, em curva consegue satisfazer uma vez que
a caixa de velocidades de 5 velocidades está bem escalonada e o manuseamento é extremamente agradável. Não peçam milagres em recta.

O carro custa cerca de 15000€, contando com os descontos em vigor em campanhas e demais. Sem os descontos custa o mesmo que um carro com outro tipo de argumentos. Com os descontos pode ser uma boa alternativa para quem tem orçamento mais limitado.
O valor de retoma de um 207 será sempre o esperado para um Peugeot com boa aceitação no mercado, uma vez que é sem dúvida esse o caso e isto também deve ser tomado em conta.

terça-feira, 18 de maio de 2010

VW Golf Variant 1.6 TDI (105 cv) - DSG

Confesso que não é um carro que me deixe particularmente entusiasmado. É um sentimento que acaba por ser comum a todos os VW, excepto o Touareg. Temi em certa altura que este sentimento pudesse de alguma forma influenciar a minha avaliação do carro, mas julgo que me consegui ultrapassar o preconceito.

Estética

A estética é um dos pontos mais sensíveis no Golf, em especial na versão Variant. A traseira pode apaixonar alguns mas a maioria irá certamente sentir que falta alguma coisa. Analisando o exterior da concorrência directa, praticamente todos apresentam estéticas arrojadas e actualizadas, ao contrário do Golf.
Apesar de tudo, tem um aspecto sóbrio e agradável e dificilmente o conjunto fará alguém desistir da compra por ser desagradável.

Interior

O interior apresenta um tablier monopeça, indicio de que irá envelhecer de forma digna, sem ruídos parasitas prematuros. Tem uma certa envolvência não sendo no entanto claustrofóbico e permitir um nível de conforto bastante aceitável. A insonorização está num nível bastante elevado, elevando o conforto a bordo. Os bancos sendo confortáveis em qualquer versão acabam por ter um conforto adicional acima da versão Trendline por terem um apoio mais pronunciado e logo maior envolvência.
O espaço não impressiona embora seja bastante bom para a classe.

Equipamento

Desde a versão mais baixa o Golf apresenta um nível de equipamento bastante completo, incluindo de série em todas as versões alguns detalhes como os sensores de estacionamento à frente e atrás e ESP, sendo nalguns modelos da concorrência ainda opcionais.
Para a versão Confortline é necessário dispender mais 1000€, recebendo em troca o ar condicionado automático em vez de manual, jantes especificas, cruise control, acendimento de faróis automáticos, faróis de nevoeiro à frente e barras de tejadilho cromadas.

Condução

A versão experimentada vinha com o nível de equipamento Confortline, motor 1.6 TDI de 105cv e caixa automática DSG. A expectativa é grande por diversos motivos.
A caixa de velocidades DSG mostra que as caixas automáticas são cada vez mais uma hipótese a considerar. De resposta rápida, excepto quando faz reduções mais "racing", mantém o motor num regime adequado e beneficia a utilização do binário disponível. Existe um modo Sport e um modo sequêncial cuja utilização também se revela numa mais valia, cada uma na sua área.
O motor 1.6TDI é silencioso, em parte em virtude da boa insonorização e não transmite grandes vibrações para o habitáculo. Revela alguma dificuldade para mover a carroçaria do Golf, isto com apenas dois ocupantes.
A direcção, com volante de toque agradável, transmite correctamente as sensações da condução e o conjunto revela robustez e rigidez ao curvar. Não sendo esta a versão mais desportiva, o comportamento é bastante saudável não pondo em causa o conforto.
Ao estacionar, os sensores de estacionamento acompanham com uma imagem que reflecte a distância ao obstáculo. O angulo de viragem das rodas, não sendo exagerado, permite que facilmente se coloque o veiculo em espaços mais reduzidos.

Valor

Sem perder a cabeça com opcionais (e não são muitos) o Golf Variant 1.6TDI Confortline, de caixa manual, custa cerca de 28500€. Um valor justo para o carro que se pode levar mas acima do que a concorrência pede por carros com argumentos por vezes idênticos.

domingo, 16 de maio de 2010

Mercedes W212 250CDI Auto

Este será porventura o primeiro Classe E que do ponto de vista estético surge com um timming correcto. Não que as anteriores gerações fossem feias ou desagradáveis. Mas na altura em surgiram, os principais concorrentes (leia-se BMW e AUDI) tinham sempre uma estética mais apurada. Lógico que esta minha apreciação poderá ser rebatida por qualquer pessoa que considere um dos carros da concorrência mais agradável do ponto de vista estético. No entanto, todos temos de concordar que a Mercedes alterou de forma significativa a imagem desta gama numa altura em que a concorrência apresenta mais do mesmo, com alguma alterações.

Equipamento

Quem compra um automóvel deste segmento está certamente interessado em ter um veiculo com um nível de equipamento no minimo muito bom. Claro que deve sempre haver uma lista de equipamentos opcionais para quem deseje ainda mais exclusividade, mas nunca deixando o cliente "base" com um carro despido.
O equipamento está ao nível do que seria de esperar para esta gama, havendo alguns detalhes distintivos entre níveis de equipamento tanto a nível de interior como de exterior. As diferenças de interior são mais notórias no aspecto da decoração, sendo o exterior marcado pelos cromados e luzes de circulações diurna a partir da versão Classic. Este último promenor poderá não agradar a alguns utilizadores, nos quais me incluo, mas certamente irá agradar ao elevado número de condutores portugueses que insistem em circular com faróis de nevoeiro ligados durante o dia. Agora passa a ser legal.
Um detalhe curioso é uma chávena de café que aparece no painel de instrumentos sempre que o tipo de condução se comece a desviar do normal, avisando o condutor que deve fazer uma pausa.

Interior

A Mercedes não deixa os seus créditos por mãos alheias e o interior, em qualquer das versões, é extremamente envolvente, de qualidade de constução superior, bem isolado e com todos os comandos colocados de forma a facilitar a vida do utilizador.
Tanto à frente como atrás o espaço é abundante.
O condutor consegue facilmente encontrar a posição de condução adequada uma vez que as afinações assumidas são quase infinitas.

Condução

A unidade ensaiada possuia a motorização 250CDI de 203cv, caixa automática e versão Avantgard.
Desta vez a Mercedes mostra que as caixas automáticas com grande delay na resposta fazem parte da história. A resposta em modo totalmente automático é rápida e a gestão que é feita da mudança em que circulamos é adequada. O modo Sport dá um vigor especial para os condutores que estejam mais atrasados para chegar a algum local a horas.
O motor responde sempre com bastante boa vontade, chegando em algumas situações a fazer esquecer que estamos num automóvel familiar. A direcção, com tacto bastante correcto também dá uma ajuda neste tipo de sentimento.
Em curva apresenta um comportamento saudável, não sendo notório o peso da carroçaria e mostrando que o chassis tem uma rigidez digna de respeito. As diversas ajudas electrónicas também se encarregam se tornar o carro mais dócil e acessível.
Se perante isto se espera que o conforto saia prejudicado... falso. O Classe E tem duas facetas e mostra-as sem pudor. Não se abusa dele e temos um veiculo capaz de transportar Chefes de Estado.

Valor

O valor para o veiculo ensaiado era de 69000€, mais uns pózinhos. Pode ser um valor que não está ao alcance de qualquer carteira mas não é de forma alguma exagerado para o carro em questão.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Mercedes W123 300D - 1982

Pois é... nada melhor para começar do que a minha mais recente aquisição: um Mercedes 300D de 1982. Bem, não se trata exactamente de uma aquisição mas mais de uma oferta. Este carro pertenceu em tempos ao meu avô, o meu tio comprou-o e tinha-o a apodrecer. Como ainda tem algum valor sentimental, acabou por me ser oferecido para que dure um pouco mais.

Estética
A estética é e sempre será um ponto discutível. Diria que no caso do W123 depende do dia e da disposição com que nos encontramos. É um carro que ainda não está naquele ponto em que olhamos para ele e dizemos "estes tipos faziam carros lindos" mas já passou a fase de olharmos para ele e dizermos "que chaço". Necessita de amadurecer como clássico.

Conforto
Um dos pontos altos deste carro, não fossem um carro de luxo (ou perto disso) na época dele. Andar a bordo de um W123 é como andar num barco em alto mar. Qualquer irregularidade que num carro moderno nos faça torcer a cara e temer pela integridade do conjunto, no W123 torna-se num ligeiro balançar de carroçaria muito suave. Os bancos são confortáveis, é espaçoso e apenas peca por alguma falta de insonorização... para os parâmetros actuais.
Os equipamentos de conforto a bordo são surpreendentes para a época: ar condicionado, auto rádio com 4 colunas, bancos em pele sintética e mais uma série de mordomias.

Comportamento
Quem anda num carro destes não vai entrar numa corrida certamente. No entanto, de forma surpreendente, o carro é extremamente previsível e estável, com comportamento a roçar o neutro.
A travagem mais uma vez surpreende pela positiva, não apresentando sinais de fadiga e sendo muito eficaz.
A direcção apresenta uma folga que julgo ser caracteristica e que requer habituação.

Motor
O motor de 3000cc e 88cv consegue mover a carroçaria com algum à vontade. Comparando com um veiculo recente, nomeadamente não atmosférico, o 300D parece vindo da pré história.
Rola à vontade nos 100km/h, tem velocidade máxima anunciada de 155km/h, se bem que a partir dos 110km/h há uma tendência a ter respeito pela idade da máquina. A imagem que se tem destes "motores de tractor" fica em causa quando apanhamos subidas mais pronunciadas, nomeadamente em auto estradas.
Os consumos são simpáticos para um motor desta cilindrada.

Para já fico por aqui uma vez que o carro não está a 100% e pretendo fazer uma apreciação do W123 e não DO MEU W123.