domingo, 16 de janeiro de 2011

Dacia Sandero 1.5dci 90cv Confort

Os Dacia são provavelmente os carros que mais sentido fazem para quem quer um meio de se transportar. São fabricados por uma marca romena na Turquia mas têm todo o know how dos franceses da Renault. Resulta daqui um produto low cost que pode ter algumas lacunas mas que cumpre muito bem o seu papel.

Exterior

Por fora o Dacia Sandero tem um aspecto que causa alguma confusão. Se a frente até tem um aspecto engraçado, a traseira dá ares de ter sido feita numa sexta feira, ao final do dia e por alguém a quem o dia correu mal. Isto faz com que a lateral, onde também se avalia a transição entre uma frente agradável e uma traseira de gosto duvidoso fique comprometida. Mesmo sendo um produto low cost podiam ter investido um pouco mais na estética. De qualquer forma o aspecto geral não é mau.

Interior

O interior é confortável e tem tudo o que é necessário. Mas não mais do que isso. A versão confort tem um nível de equipamento sem falhas muito gritantes e os acabamentos estão em linha com o que se espera num Dacia. A decoração nesta versão é um pouco melhor, com a tonalidade do tablier a garantir uma maior sobriedade. Não se pode esperar no entanto grandes surpresas para o lado positivo.
O espaço para os ocupantes é bastante bom em largura e altura e apenas o espaço para as pernas atrás podia ser melhor. A mala tem 320 litros, deixando para trás carros do segmento acima.

Equipamento

Tal como nos pontos anteriores, a nível de equipamento o comentário a fazer é que para um que se espera de um Dácia, o equipamento é normal. A versão mais baixa não inclui vidros eléctricos, ar condiconado ou direcção assistida. Mas a diferença de preço para a versão confort, a mais equipada, é cerca de 800€.

Motor

O motor de 75cv permite que o Dácia cumpra a sua função de forma bastante boa e com consumos muito comedidos. Se passarmos para a versão de 90cv, o Sandero começa a ter ares de carro despachado mantendo os tais consumos baixos, podendo até baixar.
No entanto, nenhum deles se pode chamar de desportivo.
Tanto em baixa como em média rotação a insonorização não compromete. Em alta rotação começa a ser um pouco invasiva.

Comportamento

Suspensão branda mas que não coloca em perigo a estabilidade. A longo prazo permite que o Sandero não ganhe ruídos parasitas com tanta facilidade. E sendo um carro que tem a pretensão de ser um emio de transporte, uma suspensão diferente não faria grande sentido.

Preço

Por cerca de 14500€ consegue-se um Sandero com algum equipamento, pronto a sair do stand.

Final

Se podia ter mais equipamento? Podia. Suspensão mais desportiva? Também. Uma estética mais apetecível? Sem dúvida. E podia ter muito mais. Mas aí o preço seria muito mais. O Sandero é um carro para ser escolhido com racionalidade. É o carro para quem se quer deslocar com conforto, segurança e economia. Não é o carro para quem quer ter pretensões sociais através do carro. O que, convenhamos, até aos 50000€ são poucos os carros que permitem ter. Por isso, para quê andar em bicos dos pés? Pés bem assentes na terra. Em vez de pagar mais de 20000€ por um carro médio, que será sempre um carro médio, chamemos os bois pelos nomes. O Sandero faz todo o sentido.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Volvo S60/V60 D3 (2.0 163cv)

Vamos imaginar que vamos comprar um carro ou carrinha, do segmento familiar e temos cerca de 40.000€ disponíveis. Queremos um carro que transmita um certo status, tenha qualidade, transpire dinamismo e com um equipamento irrepreensível. O motor diesel é indispensável e tem de ter um bom nível de performance. Para além disto queremos algo seguro e espaçoso. Ou seja, queremos tudo.

Exterior

Tanto na versão carro como carrinha estamos perante um dos mais belos carros da actualidade. Aliás, tem sido uma das características dos Volvo´s nos últimos tempos.
Com uma imagem desportiva e simultâneamente sóbria, revela uma imenso bom gosto mesmo nas versões mais desportivas que por vezes deixam a desejar no capítulo estético.
A Volvo propõe como opcional um kit exterior com aplicações cinzentas/prateadas nos pára choques, aventais e mais uns pequenos detalhes. Em carros de côr escura fica simplesmente fenomenal.
A estética está assim ao nível do que melhor se faz na "escola italiana", dizendo aos alemães que a sobriedade não é cinzenta.

Interior

O interior é espaçoso, requintado e mostra um cuidado na construção acima da média.
A rolar o conforto é bastante bom graças a uns bancos envolventes em qualquer uma das suas versões. Todos os comandos são muito intuitivos e ergonómicos.

Motor

O motor de 163 cavalos é uma surpresa extremamente agradável. Por volta das 1500 rpm mostra todo o seu fulgor (400 Nm), surpreendendo na primeira vez que se leva o carro para a estrada. Até à velocidade máxima permitida por lei (+ IVA) revela uma linearidade bastante boa. A partir deste ponto não desilude mas começa a ser menos entusiasmante. Os consumos são comedidos a avaliar pela leitura que estava no computador de bordo. Não sei no entanto o tipo de condução que o utilizador habitual faz. De qualquer forma 6,5 litros é um consumo normal para este motor.

Comportamento

Um carro com mais de 2 toneladas espera-se que tenha uma inércia relativamente elevada. Com este Volvo tal não acontece. Não será um carro de temperamento desportivo mas permite andar rápido e ter alguma diversão.

Equipamento

A Volvo continua a primar pela segurança. No que toca a níveis de equipamento, existem 3. A segurança mantém-se de origem e a versão intermédia (Momentum) é assim a melhor opção. Existe um versão desportiva R, que tem como base a versão Kinetic, menos equipada. A Summum é a mais bem equipada.

Preço

Procurando nos diversos concessionários, o preço médio em 2010 para a versão intermédia de equipamento era de 41500€, chave na mão.

Conclusão

Os alemães que se cuidem. A Volvo vai começar a fazer estragos. Apenas o valor de usado mais baixo pode tirar argumentos a um Volvo. Mas mesmo este aspecto começa a ser passado.
Queremos tudo e neste carro temos tudo... ou quase.