segunda-feira, 25 de abril de 2011

Fiat 500 Twin Air 0,9cc 85cv

Vamos ver se em poucas palavras consigo descrever o meu sentimento inicial em relação a este carro:
Tinha de ir para Viana do Alentejo. Sendo o ponto de partida Lisboa, estava aterrorizado. Sabia que o motor tinha menos de 1 litro de cilindrada, era a gasolina e estando calor o ar condicionado seria obrigatório. Olhei para o carro de lado e disse para mim próprio "Se fosse fim de semana era giro ir passear com este 500 para a marginal. Para hoje não sei se será a melhor opção".
Quando o representante da Fiat meteu o carro a trabalhar, o ruído veio dar mais uma informação que desconhecia... o motor é "manco". Tem menos cilindros do que manda a regra.

Interior
O interior é igual a qualquer Fiat 500. Pequeno mas com muito boa imagem. Este era azul bebé, que poderá com o tempo tornar-se um pouco cansativo.
Consegue-se encontrar facilmente a posição de condução e os bancos são confortáveis para viagens e tem o apoio necessário para quem quer ser mais atrevido.

Exterior
Há quem goste e há quem odeie. Eu pessoalmente gosto a aprecio a semelhança com o modelo original. Não sei se será uma imagem à qual gostasse de me associar como carro do dia a dia mas no geral é agradável.

Condução
Retomando o inicio deste relato, vamos começar com as surpresas.
1ª Cerca de 1 km depois de ter arrancado, consigo juntar dois asnos na estrada: o BMW que não entende que sair de uma estação de serviço de marcha atrás e sem respeitar o trânsito que está a circular é má ideia e o VW que pensou que o preço do carro já incluía prioridade em todos os cruzamentos. Piadas à parte, instintivamente carreguei no acelerador para de imediato me lembrar que os 900cc de um motor com cilindros a menos não são suficientes para... É LÁ... o que é isto? O carro andou e bem.
2ª Comecei a subir a A5 e o transito começou a ficar mais "aberto". Altura ideal para tentar entender o que se tinha passado anteriormente. Em 5ª velocidade e a cerca de 80km/h acelero... passo para a faixa do meio... para a da esquerda... começo a sorrir. Vou a 160km/h a subir. A minha expectativa era ter de reduzir para 4ª para aguentar a subida e afinal consegui sair da faixa de aceleração e ser um dos carros mais rápidos a subir a A5.
3ª Liguei para o senhor da Fiat que tinha sorrido quando lhe falei nas minhas preocupações quanto à motorização. "Estou... diga-me uma coisa, este carro não é atmosférico pois não? Quantos cilindros tem? E potência? Ok, já entendi quando me disse para não me preocupar". Resumo: este pequeno motor não é atmosférico e com apenas 2 cilindros desenvolve 85cv que tem uma forma bastante interessante de se dar a conhecer. Afinal tinhamos um carro assanhado.

Agora não era de esperar mais surpresas. Algumas irregularidades de funcionamento quando parava nas portagens da auto estrada mas que até dão uma certa piada. Por momentos fiquei com a sensação que os raters fazem parte do seu encanto. Temos um carro giro para a viagem.

Mantendo com um certo à vontade velocidades de carro a sério, a estabilidade em auto estrada é também uma surpresa. Uma coisa de tamanho reduzido (carro e motor) até consegue um bom desempenho.

O formato da frente faz no entanto com que a população de mosquitos naquela zona do Alentejo tenha reduzido bastante.

No tablier há um botão que diz ECO e que faz com que apareça um carro completamente diferente. Corta o entusiasmo do motor, torna os consumos cerca de 1,5 litros mais baixos e acciona o sistema start stop. Para quando não se vai pedir aos cavalos para correrem todos ao mesmo tempo, esta "versão" é mais que suficiente e bastante comedida.

Nas estradas nacionais está sempre há vontade excepto quando o piso começa a apresentar irregularidades, a aderência não é a melhor e a curva aperta. Aí nota-se alguma dificuldade em fazer o caminho da forma tradicional, deixando-se no entanto conduzir de formas menos ortodoxas com relativa facilidade.

A descer (caminho do Alentejo) fez 12 l/100 km mas a subir (de volta a Lisboa) foi mais comedido, ficando pelos 6,5 l/100km.

Preço

A partir de 15000€, mais coisa menos coisa. O mais barato custa menos 1300€ mas este torna-se muito mais entusiasmante. O motor consegue ser mais apetecível, melhores consumos, sistema start stop, etc. Resta saber se a nível de fiabilidade e futuros gastos de manutenção e reparação compensa. O motor 1.2 de 8v é um motor mais do que testado e este 0,9l ainda tem de provar o que vale nalguns campos. Nas prestações já mostrou que é superior a qualquer pequeno motor mas a fiabilidade é uma surpresa. Haja esperança que a Fiat, inventora do Common Rail, tenha tirado mais uma boa carta da manga.

Sem comentários:

Enviar um comentário